quarta-feira, 20 de maio de 2015

A CRISE DA SEGURANÇA PÚBLICA COMO SERVIÇO PÚBLICO DO ESTADO

Existe uma crise do modelo republicano do serviço público. Uma crise que remonta às transformações ocorridas no plano da governamentalidade e das organizações públicas e privadas a partir da década de 1970. Do ponto de vista do problema da segurança pública, pode-se levantar a hipótese, como sugerem alguns autores, de que a pretensão ao monopólio estatal da violência física e da força física está mais distante da realidade do que em outros momentos históricos, como nos casos da Europa e dos EUA entre 1930 e 1970. As "soluções" para a segurança pública apresentadas desde 1970 são formas bastante tímidas e tangenciais, para não dizer compensatórias, a fim de evitar enfrentar o problema de frente: o modelo do Estado soberano, com suas forças armadas, policiais, sistemas prisionais e circuitos de justiça criminal está num forte processo de desintegração. Novas formas de governamentalidade baseadas em questões biopolíticas, associadas ao biocapitalismo contemporâneo, fizeram com que as categorias de entendimento que eram usadas para dar conta do problema da segurança no século XIX e no período do bem-estar penal (1930-1970) tornam-se sumamente insuficientes para a inteligibilidade dos novos processos de vigilância, controle e punitivismo, segundo vários autores.

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