Este blog congrega pesquisadores do campo de estudos da violência e dos conflitos sociais no Ceará. Provocados desde sempre pelo desafio de ocupar o lugar que o jornalismo nomeia de opinião do especialista, buscaremos escrever sistematicamente o que podemos, de nossa parte, chamar de textos para qualificar criticamente o debate público. Pretendemos com este blog interagir com jornalistas e interessados em geral no tema.
sexta-feira, 9 de março de 2018
Fazer a guerra contra a guerra?
Não se pode resolver os problemas das guerras entre as facções, fazendo uma guerra contra as facções, pois o modelo da guerra favorece o fortalecimento das próprias facções. As muitas baixas não as atingem. Possuem fontes amplas e numerosas de recrutamento. As facções lidam com as "pessoas descartáveis" que foram produzidas pelo sistema. Recrutam entre os que foram relegados a uma zona permanente de abandono social. Portanto, fazer a guerra às facções é o método de demissão dos governos frente ao problema. É o modo de mostrar que está fazendo algo, mas, no fundo, a guerra é para evitar o envolvimento, para evitar assumir responsabilidade públicas, que acarretam em investimentos públicos, nas áreas deflagradas e faccionadas. Os governos produzem a facção. E as facções financiam diversas redes de poder, incluindo nela agentes do Estado e do próprio governo. São os parceiros inimigos. Os parceiros no contexto de guerra. A guerra é o mote para justificar não fazer nada, exceto deixar a guerra gerar suas lucratividades pela unificação de mercados ilegais em conexão com mercados legais. E as baixas da guerra? Para os poderosos, são baixas de elementos descartáveis. Baixas de pessoas que não merecem ser salvas.
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